Polícia indicia quatro pessoas por homicídio de professora arremessada de brinquedo no Mirabilandia
Dávine Muniz Cordeiro tinha 34 anos e morreu cinco meses depois do acidente. Perícia apontou que falta de manutenção causou acidente. Correntes de brinquedo em que Dávine Muniz estava quando foi arremessada Polícia Civil/Divulgação A Polícia Civil indiciou quatro pessoas por homicídio culposo, sem intenção de matar, pela morte da professora Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, que foi arremessada de um brinquedo que girava no ar no Mirabilandia, parque de diversões localizada em Olinda. De acordo com a Polícia Civil, a corrosão das correntes da atração causou o acidente. Detalhes do inquérito foram divulgados nesta terça-feira (19), na sede da Polícia Civil, Centro do Recife. De acordo com a delegada Euricelia Nogueira, devido à complexidade do caso, o procedimento foi concluído por três delegados, que formaram uma espécie de conselho deliberativo. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PE no WhatsApp. Dávine Muniz sofreu o acidente no dia 22 de setembro de 2023 e morreu no dia 1º de fevereiro, mês em que completaria 35 anos. A morte aconteceu depois de dez cirurgias de reparação, sendo duas no cérebro. Parentes da professora disseram que ela chegou a perder metade da massa encefálica. No laudo da morte, consta "traumatismo cranioencefálico grave". Segundo Euricelia Nogueira, uma perícia no brinquedo foi feita com apoio do Instituto Nacional de Tecnologia em União e Revestimento de Materiais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que prestou uma espécie de consultoria por meio de um estudo. Delegados Paulo Gondim e Euricelia Nogueira no Recife Pedro Alves/g1 Segundo a delegada, havia corrosão visível nas correntes que sustentavam os balanços, conforme já havia sido apontado pela perícia em novembro. O laudo foi concluído neste ano e, segundo os peritos, não foram disponibilizadas informações sobre manutenção no brinquedo, mesmo sendo solicitadas ao Mirabilandia diversas vezes. A atração funcionava desde 1998, com balanços presos a uma estrutura giratória que subiam até 12 metros de altura. O brinquedo ficava a uma distância de cerca de 1,5 quilômetro do mar, e, segundo Euricelia Nogueira, a maresia intensificava a corrosão das correntes. O parque tem dois sócios, mas o parque, segundo a delegada, era gerenciado pelo filho de um deles, Bruno Santos. Ele foi um dos indiciados. A polícia não divulgou os nomes, mas o g1 apurou que são: Bruno Santos: principal administrador do parque, filho de um dos sócios, que teria obrigação de fazer as manutenções ou contratar pessoas com qualidade técnica para fazê-las; Ely Gomes: engenheiro de operações responsável pelas vistorias técnicas que, dez meses antes do acidente, emitiu um termo liberando o funcionamento do parque; Antônio Fernandes da Cruz: gerente da equipe de manutenção; Ivanildo de Carvalho: responsável pela vistoria no Wave Swinger, que considerou as correntes aptas para funcionamento. O g1 tenta entrar em contato com a defesas dos indiciados, mas não obteve êxito até a última atualização desta reportagem. "Nós temos um engenheiro liberando todos os brinquedos do parque dez meses antes. Ele tem obrigação de ver a situação dos elos das correntes. Já o gerente da equipe de manutenção está todo dia no parque e não viu a situação. Também temos a pessoa que foi checar esse brinquedo e deu o ok para as correntes. Todas essas pessoas tinham por obrigação fazer algo", disse a delegada. Euricelia Nogueira afirmou, também, que essas pessoas respondem ao processo em liberdade, porque a pena do crime de homicídio culposo é de até três anos de detenção. O inquérito, agora, vai ser remetido ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que vai avaliar se envia uma denúncia ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Relembre o caso Cadeira de brinquedo do Mirabilandia se desprende no ar e uma pessoa é arremessada 22 de setembro de 2023: a professora de inglês Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, ficou gravemente ferida após o balanço onde ela estava se soltar de um brinquedo que girava no ar em alta velocidade, no parque de diversões Mirabilandia, em Olinda. Ela foi levada para o Hospital da Restauração, no Recife, com traumatismo cranioencefálico e lesões em várias partes do corpo; 22 de setembro de 2023: No mesmo dia, o parque foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e pelos fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea), que fizeram uma vistoria no local; 24 de setembro: Os parentes dela negociavam com o parque a transferência de Dávine para um hospital particular, mas depois, o parque desistiu de custear a internação argumentando que ela tinha plano de saúde; 2 de outubro de 2023: O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou que o parque custeasse a internação, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento; 3 de outubro de 2023: Dávine foi transferida para a UTI do Hospital São Marcos, unidade de saúde particular; 2 de novembro de 2023: O Parque Mirab
Dávine Muniz Cordeiro tinha 34 anos e morreu cinco meses depois do acidente. Perícia apontou que falta de manutenção causou acidente. Correntes de brinquedo em que Dávine Muniz estava quando foi arremessada Polícia Civil/Divulgação A Polícia Civil indiciou quatro pessoas por homicídio culposo, sem intenção de matar, pela morte da professora Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, que foi arremessada de um brinquedo que girava no ar no Mirabilandia, parque de diversões localizada em Olinda. De acordo com a Polícia Civil, a corrosão das correntes da atração causou o acidente. Detalhes do inquérito foram divulgados nesta terça-feira (19), na sede da Polícia Civil, Centro do Recife. De acordo com a delegada Euricelia Nogueira, devido à complexidade do caso, o procedimento foi concluído por três delegados, que formaram uma espécie de conselho deliberativo. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PE no WhatsApp. Dávine Muniz sofreu o acidente no dia 22 de setembro de 2023 e morreu no dia 1º de fevereiro, mês em que completaria 35 anos. A morte aconteceu depois de dez cirurgias de reparação, sendo duas no cérebro. Parentes da professora disseram que ela chegou a perder metade da massa encefálica. No laudo da morte, consta "traumatismo cranioencefálico grave". Segundo Euricelia Nogueira, uma perícia no brinquedo foi feita com apoio do Instituto Nacional de Tecnologia em União e Revestimento de Materiais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que prestou uma espécie de consultoria por meio de um estudo. Delegados Paulo Gondim e Euricelia Nogueira no Recife Pedro Alves/g1 Segundo a delegada, havia corrosão visível nas correntes que sustentavam os balanços, conforme já havia sido apontado pela perícia em novembro. O laudo foi concluído neste ano e, segundo os peritos, não foram disponibilizadas informações sobre manutenção no brinquedo, mesmo sendo solicitadas ao Mirabilandia diversas vezes. A atração funcionava desde 1998, com balanços presos a uma estrutura giratória que subiam até 12 metros de altura. O brinquedo ficava a uma distância de cerca de 1,5 quilômetro do mar, e, segundo Euricelia Nogueira, a maresia intensificava a corrosão das correntes. O parque tem dois sócios, mas o parque, segundo a delegada, era gerenciado pelo filho de um deles, Bruno Santos. Ele foi um dos indiciados. A polícia não divulgou os nomes, mas o g1 apurou que são: Bruno Santos: principal administrador do parque, filho de um dos sócios, que teria obrigação de fazer as manutenções ou contratar pessoas com qualidade técnica para fazê-las; Ely Gomes: engenheiro de operações responsável pelas vistorias técnicas que, dez meses antes do acidente, emitiu um termo liberando o funcionamento do parque; Antônio Fernandes da Cruz: gerente da equipe de manutenção; Ivanildo de Carvalho: responsável pela vistoria no Wave Swinger, que considerou as correntes aptas para funcionamento. O g1 tenta entrar em contato com a defesas dos indiciados, mas não obteve êxito até a última atualização desta reportagem. "Nós temos um engenheiro liberando todos os brinquedos do parque dez meses antes. Ele tem obrigação de ver a situação dos elos das correntes. Já o gerente da equipe de manutenção está todo dia no parque e não viu a situação. Também temos a pessoa que foi checar esse brinquedo e deu o ok para as correntes. Todas essas pessoas tinham por obrigação fazer algo", disse a delegada. Euricelia Nogueira afirmou, também, que essas pessoas respondem ao processo em liberdade, porque a pena do crime de homicídio culposo é de até três anos de detenção. O inquérito, agora, vai ser remetido ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que vai avaliar se envia uma denúncia ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Relembre o caso Cadeira de brinquedo do Mirabilandia se desprende no ar e uma pessoa é arremessada 22 de setembro de 2023: a professora de inglês Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, ficou gravemente ferida após o balanço onde ela estava se soltar de um brinquedo que girava no ar em alta velocidade, no parque de diversões Mirabilandia, em Olinda. Ela foi levada para o Hospital da Restauração, no Recife, com traumatismo cranioencefálico e lesões em várias partes do corpo; 22 de setembro de 2023: No mesmo dia, o parque foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e pelos fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea), que fizeram uma vistoria no local; 24 de setembro: Os parentes dela negociavam com o parque a transferência de Dávine para um hospital particular, mas depois, o parque desistiu de custear a internação argumentando que ela tinha plano de saúde; 2 de outubro de 2023: O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou que o parque custeasse a internação, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento; 3 de outubro de 2023: Dávine foi transferida para a UTI do Hospital São Marcos, unidade de saúde particular; 2 de novembro de 2023: O Parque Mirabilandia volta a funcionar 40 dias depois da interdição, após seguir as exigências do Procon e do Crea, como a implantação de um plano de manutenção dos brinquedos e equipamentos; 24 de novembro de 2023: Segundo análise do Instituto de Criminalística, a estrutura do brinquedo se rompeu devido à corrosão dos elos das correntes que sustentavam a cadeira; 18 de dezembro de 2023: A família de Dávine diz que ela já respirava sem ajuda de aparelhos, mas não conseguia falar nem mexer partes do corpo. O advogado do parque disse que o Hospital São Marcos avisou não haver necessidade de que Dávine continuasse internada, pois havia risco de ela contrair infecção hospitalar caso permanecesse na unidade; 18 de dezembro de 2023: Segundo a família, a casa onde Dávine morava com os pais, que fica no 1º andar, precisava ser adaptada para receber o home care, e eles estavam esperando o parque custear a reforma; 1º de fevereiro de 2024: Dávine Muniz morre no Hospital Hapvida da Ilha do Leite, na área central do Recife. Laudo do hospital apontou como causa da morte um traumatismo cranioencefálico grave. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias