Duvidoso: cão-robô atirador pode não pertencer ao Exército russo

Duvidoso: cão-robô atirador pode não pertencer ao Exército russo

Está circulando pela internet um vídeo que mostra um suposto cão-robô russo com um fuzil nas costas e que seria usado para atacar as tropas ucranianas. As imagens divulgadas do possível novo armamento, porém, não são suficientes para garantir que o equipamento pertença ao Exército russo nem que seu uso seja uma realidade na linha de frente no Leste Europeu.

Diferentemente do que parece, o robô das imagens não é um modelo desenvolvido pela empresa americana Boston Dynamics. Pelas suas características gerais, seria um produto fabricado pela chinesa Unitree.

Uma versão muito parecida que está à venda no site da fabricante asiática custa 3.000 dólares, cerca de R$ 16,5 mil. O produto, no entanto, tem o objetivo de servir como um brinquedo e não com uso bélico.

No vídeo fica clara a dificuldade do robô de suportar o tranco dos tiros. Quando uma grande sequência de disparos é realizada, a máquina recua, e a arma começa a subir, o que prejudica a precisão e a segurança do seu uso militar. O resultado é um pouco melhor quando o gatilho é apertado pausadamente.

A máquina de guerra aparece nas imagens com uma bandeira russa de um lado e com a estampa de uma cabeça de urso do outro, símbolo usado pelas forças especiais da Rússia. O item pode ser comprado facilmente pela internet e não há informação suficiente para comprovar que o equipamento pertença ao governo de Vladimir Putin.

O ponto que talvez indicasse tratar-se de um vídeo verdadeiro é o veículo que aparece ao fundo durante o treinamento. O BRDM-2A é modelo usado por Moscou e foi enviado para o território ucraniano.

Apesar disso, nenhum perfil oficial da Rússia divulgou imagens desse treinamento, o que enfraquece a teoria de que o robô-cachorro esteja sendo usado ou preparado para enfrentar a guerra na Ucrânia.

Cão-robô perde o equilíbrio ao fazer vários disparos com fuzil

Cão-robô perde o equilíbrio ao fazer vários disparos com fuzil

O vídeo, que já teve quase 8 milhões de visualizações no Twitter, foi postado no YouTube, em março, pelo empresário russo Alexander Atamanov, que no LinkedIn diz ser fundador da empresa Hoversurf, que constrói motos voadoras.

Os EUA e a França já anunciaram que fazem teste para a inclusão desse tipo de máquina para atuar juntamente com seus militares. A primeira vez que o robô foi usado de maneira efetiva foi em Nova York, em 2021, quando a polícia precisou fazer a varredura de um prédio para buscar por um refém. No entanto, não havia uma arma de fogo instalada na máquina.

A empresa Ghost Robotics foi a única a anunciar um projeto militar que inclui o uso de equipamentos de quatro patas. Pelo risco que envolve esse tipo de iniciativa, a fabricante garante que uma pessoa precisa controlar os movimentos remotamente e que não há nenhum recurso autônomo.

Fonte:https://monitor7.r7.com/duvidoso-cao-robo-atirador-pode-nao-pertencer-ao-exercito-russo-27072022