Vida saudável nem sempre garante colesterol controlado. Entenda

Vida saudável nem sempre garante colesterol controlado. Entenda

O colesterol alto favorece o acúmulo de gordura nas paredes nos vasos sanguíneos, causando a diminuição do fluxo de sangue para regiões importantes do corpo, como o coração e o cérebro. Uma das principais indicações para a prevenção do problema é adotar um estilo de vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos, mas nem sempre a receita é suficiente.

O cardiologista Raul Santos, diretor da Unidade Clínica de Lípides, do Instituto do Coração (InCor), explica que quase 80% das pessoas, têm valores de colesterol considerados inadequados, suficientes para prejudicar a saúde cardíaca. “Todo mundo precisa saber o seu colesterol e controlá-lo”, aconselha Santos.

 

Um grupo menor, mas que também é numeroso corresponde às pessoas que têm o colesterol muito alto, com necessidade de usar medicação para baixar o colesterol ruim (LDL). Aproximadamente uma em cada 300 pessoas no mundo está nessa situação e tem um risco de 10% a 15% maior de desenvolver problemas cardiovasculares.

O especialista pontua alguns dos principais mitos sobre o controle do colesterol:

 

Dieta saudável

Segundo Raul Santos, não há dúvidas de que o estilo de vida contribui para a saúde do coração. Mas quando o colesterol é alto, o impacto dos hábitos cotidianos pode ser pequeno. Uma dieta mediterrânea, pobre em gorduras saturadas, é capaz de reduzir o colesterol entre 10% e 15%, por exemplo.

“Se o paciente tem níveis de colesterol muito altos, essa redução não será suficiente. Não significa que as pessoas precisam tomar remédio, mas é necessário avaliar o risco de problemas cardiovasculares para esse paciente. Para isso, precisamos olhar o contexto: se a pessoa fuma, é diabética, hipertensa, obesa. É uma somatório de parâmetros”, afirmou o cardiologista no 77º Congresso Mundial e Brasileiro de Cardiologia.

Atividade física

O médico explica que os exercícios físicos protegem o coração de doenças cardiovasculares, como a hipertensão. Também evitam inflamações no sangue, a formação de trombos e reduzem os triglicerídeos, outro tipo de gordura presente no sangue. No entanto, os exercícios não têm ação direta na redução do colesterol

Obesidade e sobrepeso

As pessoas obesas e com sobrepeso correm um risco maior, mas isso não significa que todos os obesos terão níveis altos de colesterol ou que indivíduos magros terão sempre colesterol baixo. De acordo com o cardiologista, o histórico familiar precisa ser avaliado pois fatores genéticos estão associados ao problema. Nesses casos, se diz que há uma hipercolesterolemia familiar (HF).

Risco relacionado ao gênero

O colesterol é ruim para ambos os gêneros. As mulheres têm uma proteção maior do que os homens à formação de placas dentro dos vasos sanguíneos quando estão na idade reprodutiva. Isso ocorre por conta da ação dos hormônios sexuais femininos. Ao entrar na menopausa, no entanto, o risco de desenvolver colesterol alto aumenta entre 15% e 20% para elas.

Os hormônios sexuais agem diretamente nos vasos sanguíneos com ação antiaterosclerótica, anti-inflamatória e antitrombótica, evitando a formação de placas de aterosclerose.

“Quando se perde essa proteção hormonal, passa-se a ficar suscetível aos efeitos ruins do colesterol e a outros fatores de risco, como cigarro, hipertensão e diabetes. Por isso o risco de problemas do coração acelera muito entre elas depois dos 50 anos”, explica.

 

Fonte: https://www.metropoles.com/saude/vida-saudavel-nao-garante-colesterol-controlado-veja-outros-mitos