Pedido de invasão, R$ 40 mil e encontros na Defesa: Walter Delgatti repete informações dadas na CPMI durante depoimento na CLDF
Hacker prestou depoimento, por meio de videoconferência, aos deputados na CPI dos Atos Antidemocráticos. Ele está preso por vazamento de conversas ligadas à Operação Lava Jato. Walter Delgatti prestou depoimento à CPI dos Atos Golpistas nesta quinta (17) Ueslei Marcelino/Reuters Walter Delgatti Neto repetiu, na manhã desta quinta-feira (14), as informações prestadas durante a CPI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, em agosto deste ano. O hacker prestou depoimento, por meio de videoconferência, aos deputados na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativas do Distrito Federal (CLDF). Ele ficou conhecido por ter dado origem à chamada "Vaza Jato" ao invadir telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato e, mais recentemente, pela participação em um suposto plano para desacreditar as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral. Veja quais foram as informações confirmadas pelo hacker durante o depoimento desta manhã: Invasão ao sistema do CNJ Mandado falso de prisão Visitas ao Ministério da Defesa Invasão ao sistema do CNJ Delgatti confirmou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) prometeu a ele um emprego para que ele invadisse o sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de ter pagado R$ 40 mil, como "ajuda de custo". Questionado se o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia sobre o pedido de incluir um documento falso no sistema do CNJ, o hacker disse que ele "tanto sabia quanto solicitou esse feito". O presidente teria dado "carta branca" para que Delgatti agisse. "A carta branca foi dada no encontro no [Palácio da] Alvorada de forma tática e de forma expressa no encontro [por telefone] no posto de combustível", disse o depoente. Mandado falso de prisão Sobre o mandado falso de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes (STF), inserido no sistema do CNJ, Delgatti disse que foi ele quem teve a ideia, mas que recebeu o texto da própria deputada Carla Zambelli. "A Carla e o Bolsonaro queriam um jeito de mostrar que o sistema era vulnerável. Eu me lembro que a mensagem veio como encaminhada, então ou ela redigiu em outro celular e encaminhou ou alguém redigiu e encaminhou pra ela", confirmou o hacker. Questionado se teria como provar todas as afirmações feitas durante o depoimento, Delgatti afirmou que tem uma troca de mensagens com a deputada Carla Zambelli, em que ela admite ter sido um pedido dela. "Vou usar em um momento oportuno", disse. Visitas ao Ministério da Defesa Em encontro com o ex-presidente e a deputada Carla Zambelli, o hacker também foi questionado sobre a lisura das urnas eletrônicas. Bolsonaro questionou se ele poderia invadir o equipamento, segundo Delgatti. A partir de então, ele passou a ter encontro com técnicos do Ministério da Defesa. "Fui cinco vezes no Ministério da Defesa. Eu entrava pelos fundos, com uma máscara de Covid e o rosto baixo. Eram técnicos que não se identificavam com os nomes deles. Fui levar os conhecimentos que eu tenho e orientei eles, tanto que o relatório que saiu posteriormente foi embasado em tudo que eu disse a eles", disse Delgatti. Ele disse ainda que foi solicitado, pelo então governo, a criação de um código falso pra inserir em uma urna, que seria exibida de forma enganosa no 7 de Setembro de 2022. Ainda segundo ele, o plano só não foi adiante porque não conseguiram uma urna. "Queriam que eu fizesse um código e que o povo visse a urna sendo inserido um voto e imprimindo outro, pra que mudasse a opinião pública", disse o hacker. LEIA TAMBÉM: INVESTIGAÇÃO: saiba quem é Walter Delgatti Netto, hacker da 'Vaza Jato' preso pela Polícia Federal SENTENÇA: Walter Delgatti, hacker da Vaza Jato, é condenado por calúnia contra procurador da República ✅Clique aqui para seguir o novo canal do g1 DF no WhatsApp. ⚠️O grupo antigo será desativado. Mesmo se você já faça parte da nossa comunidade, é preciso se inscrever novamente. Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Hacker prestou depoimento, por meio de videoconferência, aos deputados na CPI dos Atos Antidemocráticos. Ele está preso por vazamento de conversas ligadas à Operação Lava Jato. Walter Delgatti prestou depoimento à CPI dos Atos Golpistas nesta quinta (17) Ueslei Marcelino/Reuters Walter Delgatti Neto repetiu, na manhã desta quinta-feira (14), as informações prestadas durante a CPI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, em agosto deste ano. O hacker prestou depoimento, por meio de videoconferência, aos deputados na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativas do Distrito Federal (CLDF). Ele ficou conhecido por ter dado origem à chamada "Vaza Jato" ao invadir telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato e, mais recentemente, pela participação em um suposto plano para desacreditar as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral. Veja quais foram as informações confirmadas pelo hacker durante o depoimento desta manhã: Invasão ao sistema do CNJ Mandado falso de prisão Visitas ao Ministério da Defesa Invasão ao sistema do CNJ Delgatti confirmou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) prometeu a ele um emprego para que ele invadisse o sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de ter pagado R$ 40 mil, como "ajuda de custo". Questionado se o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia sobre o pedido de incluir um documento falso no sistema do CNJ, o hacker disse que ele "tanto sabia quanto solicitou esse feito". O presidente teria dado "carta branca" para que Delgatti agisse. "A carta branca foi dada no encontro no [Palácio da] Alvorada de forma tática e de forma expressa no encontro [por telefone] no posto de combustível", disse o depoente. Mandado falso de prisão Sobre o mandado falso de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes (STF), inserido no sistema do CNJ, Delgatti disse que foi ele quem teve a ideia, mas que recebeu o texto da própria deputada Carla Zambelli. "A Carla e o Bolsonaro queriam um jeito de mostrar que o sistema era vulnerável. Eu me lembro que a mensagem veio como encaminhada, então ou ela redigiu em outro celular e encaminhou ou alguém redigiu e encaminhou pra ela", confirmou o hacker. Questionado se teria como provar todas as afirmações feitas durante o depoimento, Delgatti afirmou que tem uma troca de mensagens com a deputada Carla Zambelli, em que ela admite ter sido um pedido dela. "Vou usar em um momento oportuno", disse. Visitas ao Ministério da Defesa Em encontro com o ex-presidente e a deputada Carla Zambelli, o hacker também foi questionado sobre a lisura das urnas eletrônicas. Bolsonaro questionou se ele poderia invadir o equipamento, segundo Delgatti. A partir de então, ele passou a ter encontro com técnicos do Ministério da Defesa. "Fui cinco vezes no Ministério da Defesa. Eu entrava pelos fundos, com uma máscara de Covid e o rosto baixo. Eram técnicos que não se identificavam com os nomes deles. Fui levar os conhecimentos que eu tenho e orientei eles, tanto que o relatório que saiu posteriormente foi embasado em tudo que eu disse a eles", disse Delgatti. Ele disse ainda que foi solicitado, pelo então governo, a criação de um código falso pra inserir em uma urna, que seria exibida de forma enganosa no 7 de Setembro de 2022. Ainda segundo ele, o plano só não foi adiante porque não conseguiram uma urna. "Queriam que eu fizesse um código e que o povo visse a urna sendo inserido um voto e imprimindo outro, pra que mudasse a opinião pública", disse o hacker. LEIA TAMBÉM: INVESTIGAÇÃO: saiba quem é Walter Delgatti Netto, hacker da 'Vaza Jato' preso pela Polícia Federal SENTENÇA: Walter Delgatti, hacker da Vaza Jato, é condenado por calúnia contra procurador da República ✅Clique aqui para seguir o novo canal do g1 DF no WhatsApp. ⚠️O grupo antigo será desativado. Mesmo se você já faça parte da nossa comunidade, é preciso se inscrever novamente. Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.