Funcionários da British Airways no Galeão afirmaram a passageiros que comissários mentirosos ‘estavam traumatizados’, diz maquiador
Polícia Civil vai intimar companhia aérea sobre mentira de comissários que alegaram assalto no Rio. Companhia aérea vai ser intimada a prestar esclarecimentos sobre caso de suposto assalto a tripulantes “Falaram que eles estavam traumatizados.” O relato é de um maquiador e cabeleireiro que estava no voo da British Airways que foi cancelado após a denúncia falsa de assalto por parte da tripulação. Para G. Júnior, descobrir que os tripulantes inventaram o assalto no Rio foi um absurdo. “Você olha quantas pessoas foram atingidas por conta de uma mentira da tripulação. Tinha, acho que 200 passageiros pra embarcar no dia e por conta da mentira da tripulação, todas as pessoas foram prejudicadas”, lembra. Ele diz que tinha comprado passagem para o voo número BA-248, que acabou adiado. “Eu tinha um trabalho no dia 7 e a partir da passagem eu chegaria no dia 6 à tarde, e no dia 7, na sexta-feira de manhã eu ia trabalhar. Eu ia fazer uma noiva. Eu tenho um contrato.” O voo estava previsto paras as 9h45 do dia 5 de setembro. Quando ele estava a caminho do aeroporto, começou a receber mensagens da companhia aérea dizendo que houve uma alteração na decolagem. Em um e-mail, primeiro a companhia alega que o voo pra Londres estava atrasado, e que as equipes trabalhavam para fazer o máximo que podiam. Em outra mensagem, a empresa diz que o voo realmente se atrasou e que o novo horário de partida era o dia 7 de setembro, às 22h15. Ao chegar ao aeroporto, o maquiador procurou mais informações no balcão da companhia. “Uma hora antes, do voo, acho que foi 8h45, que aí apareceu alguém pra dar uma justificativa. O motivo do voo ter sido cancelado. Eles falaram pra todo mundo que toda a equipe tinha sido assaltada indo pro aeroporto, no ônibus do aeroporto. E que eles estavam traumatizados. Essa frase foi muito boa. E que pelo trauma, não poderiam fazer o serviço”, contou. O maquiador diz ainda que para não perder o compromisso em Roma teve que comprar passagem em outra companhia aérea. “Eu perdi todo o hotel, toda a reserva de hotel. Tive que me deslocar pra São Paulo, pra pegar um outro voo pra eu conseguir chegar a tempo.” Polícia refaz noitada de tripulantes ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular. British Airways será intimada A Polícia Civil do RJ vai intimar o escritório da British Airways sobre a mentira que 3 de seus tripulantes contaram em depoimento. O g1 mostrou que a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) descobriu que Grant Lawrence Wheatley, de 40 anos, Samantha Jo Naylor, 39, e Daniel Pickeiring, 31, inventaram versões sobre assaltos dos quais teriam sido vítimas no início de setembro. A Deat quer saber, agora, se houve orientação da administração da British Airways no Brasil para eles inventarem a história ou se eles agiram por conta própria. Para tanto, a especializada vai intimar os representantes da companhia aérea para que esclareçam os fatos. A British Airways informou ao g1 que esse “é um assunto para a polícia” e que os comissários envolvidos “não estavam escalados” para o voo de 6 de setembro, mas não explicou por que o BA-248 foi adiado para o dia seguinte. Grant, Samantha e Daniel, em foto tirada antes de irem para a Pedra do Sal g1 Rio Um telefone furtado e dois perdidos Os investigadores consideram que os três perderam os telefones funcionais da companhia aérea na noitada, que começou na Pedra do Sal, na Zona Portuária, e terminou com todos separados. “O que causa espanto é como uma tripulação que tem uma função tão importante passa a noite inteira bebendo e usando drogas, sabendo que no dia seguinte eles teriam a responsabilidade de cuidar de dezenas de pessoas que viajariam por horas”, afirmou Patrícia Alemany, titular da Deat. O episódio, na madrugada de 5 de setembro, levou a companhia aérea a adiar em um dia o voo BA-248, entre os aeroportos do Galeão e de Heathrow, em Londres. Samantha Jo Naylor (de vestido branco) e Daniel Pickeiring (D) com um homem na Pedra do Sal Reprodução O que os tripulantes alegaram à época Daniel, Samantha e Grant foram para a Pedra do Sal, aonde chegaram por volta da 0h do dia 5. Daniel e Samantha assim depuseram: No fim da noitada, sem Grant, Samantha e Daniel pediram um táxi em direção à Barra, onde estavam hospedados; No entanto, acabaram levados para um posto de gasolina desativado em Vaz Lobo; Lá, foram roubados por 3 homens que os seguiram desde a Pedra do Sal; Os ladrões levaram 2 celulares e pertences; Um telefone que estava escondido foi usado por Samantha para chamar um carro de aplicativo; No trajeto de volta para o hotel, a dupla foi novamente assaltada, desta vez por um homem em uma moto, e o último celular foi roubado; Avistaram depois uma viatura da Polícia Militar, a quem pediram ajuda. Já Grant disse à polícia: Ele bebia na Pedra do Sal e conheceu uma mulher; Após minutos de conversa, Grant foi ao banheiro e, na fila, tomou um gole de uma bebida. A partir daí, alegou não se l
Polícia Civil vai intimar companhia aérea sobre mentira de comissários que alegaram assalto no Rio. Companhia aérea vai ser intimada a prestar esclarecimentos sobre caso de suposto assalto a tripulantes “Falaram que eles estavam traumatizados.” O relato é de um maquiador e cabeleireiro que estava no voo da British Airways que foi cancelado após a denúncia falsa de assalto por parte da tripulação. Para G. Júnior, descobrir que os tripulantes inventaram o assalto no Rio foi um absurdo. “Você olha quantas pessoas foram atingidas por conta de uma mentira da tripulação. Tinha, acho que 200 passageiros pra embarcar no dia e por conta da mentira da tripulação, todas as pessoas foram prejudicadas”, lembra. Ele diz que tinha comprado passagem para o voo número BA-248, que acabou adiado. “Eu tinha um trabalho no dia 7 e a partir da passagem eu chegaria no dia 6 à tarde, e no dia 7, na sexta-feira de manhã eu ia trabalhar. Eu ia fazer uma noiva. Eu tenho um contrato.” O voo estava previsto paras as 9h45 do dia 5 de setembro. Quando ele estava a caminho do aeroporto, começou a receber mensagens da companhia aérea dizendo que houve uma alteração na decolagem. Em um e-mail, primeiro a companhia alega que o voo pra Londres estava atrasado, e que as equipes trabalhavam para fazer o máximo que podiam. Em outra mensagem, a empresa diz que o voo realmente se atrasou e que o novo horário de partida era o dia 7 de setembro, às 22h15. Ao chegar ao aeroporto, o maquiador procurou mais informações no balcão da companhia. “Uma hora antes, do voo, acho que foi 8h45, que aí apareceu alguém pra dar uma justificativa. O motivo do voo ter sido cancelado. Eles falaram pra todo mundo que toda a equipe tinha sido assaltada indo pro aeroporto, no ônibus do aeroporto. E que eles estavam traumatizados. Essa frase foi muito boa. E que pelo trauma, não poderiam fazer o serviço”, contou. O maquiador diz ainda que para não perder o compromisso em Roma teve que comprar passagem em outra companhia aérea. “Eu perdi todo o hotel, toda a reserva de hotel. Tive que me deslocar pra São Paulo, pra pegar um outro voo pra eu conseguir chegar a tempo.” Polícia refaz noitada de tripulantes ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular. British Airways será intimada A Polícia Civil do RJ vai intimar o escritório da British Airways sobre a mentira que 3 de seus tripulantes contaram em depoimento. O g1 mostrou que a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) descobriu que Grant Lawrence Wheatley, de 40 anos, Samantha Jo Naylor, 39, e Daniel Pickeiring, 31, inventaram versões sobre assaltos dos quais teriam sido vítimas no início de setembro. A Deat quer saber, agora, se houve orientação da administração da British Airways no Brasil para eles inventarem a história ou se eles agiram por conta própria. Para tanto, a especializada vai intimar os representantes da companhia aérea para que esclareçam os fatos. A British Airways informou ao g1 que esse “é um assunto para a polícia” e que os comissários envolvidos “não estavam escalados” para o voo de 6 de setembro, mas não explicou por que o BA-248 foi adiado para o dia seguinte. Grant, Samantha e Daniel, em foto tirada antes de irem para a Pedra do Sal g1 Rio Um telefone furtado e dois perdidos Os investigadores consideram que os três perderam os telefones funcionais da companhia aérea na noitada, que começou na Pedra do Sal, na Zona Portuária, e terminou com todos separados. “O que causa espanto é como uma tripulação que tem uma função tão importante passa a noite inteira bebendo e usando drogas, sabendo que no dia seguinte eles teriam a responsabilidade de cuidar de dezenas de pessoas que viajariam por horas”, afirmou Patrícia Alemany, titular da Deat. O episódio, na madrugada de 5 de setembro, levou a companhia aérea a adiar em um dia o voo BA-248, entre os aeroportos do Galeão e de Heathrow, em Londres. Samantha Jo Naylor (de vestido branco) e Daniel Pickeiring (D) com um homem na Pedra do Sal Reprodução O que os tripulantes alegaram à época Daniel, Samantha e Grant foram para a Pedra do Sal, aonde chegaram por volta da 0h do dia 5. Daniel e Samantha assim depuseram: No fim da noitada, sem Grant, Samantha e Daniel pediram um táxi em direção à Barra, onde estavam hospedados; No entanto, acabaram levados para um posto de gasolina desativado em Vaz Lobo; Lá, foram roubados por 3 homens que os seguiram desde a Pedra do Sal; Os ladrões levaram 2 celulares e pertences; Um telefone que estava escondido foi usado por Samantha para chamar um carro de aplicativo; No trajeto de volta para o hotel, a dupla foi novamente assaltada, desta vez por um homem em uma moto, e o último celular foi roubado; Avistaram depois uma viatura da Polícia Militar, a quem pediram ajuda. Já Grant disse à polícia: Ele bebia na Pedra do Sal e conheceu uma mulher; Após minutos de conversa, Grant foi ao banheiro e, na fila, tomou um gole de uma bebida. A partir daí, alegou não se lembrar de mais nada, só de ter acordado deitado em uma rua. O que a polícia descobriu “A investigação demonstra que eles não contaram a verdade. Não contaram o que de fato aconteceu naquela madrugada. Eles criaram essas histórias para tentar justificar provavelmente o comportamento inadequado, fora das regras da empresa. Mas apuramos que houve um roubo de um aparelho celular da dupla que estava em Vaz Lobo”, conta a delegada-assistente Danielle Bullus. Sobre Samantha e Daniel: Aparecem em uma câmera no entorno da Pedra do Sal já sem Grant; Ficam numa mesa de plástico por cerca de 40 minutos com um homem, que os convida para ir a um posto em Vaz Lobo; Os estrangeiros e o homem vão para Vaz Lobo; Os tripulantes voltam a beber. Segundo uma testemunha, “por várias horas”; Um celular da dupla foi de fato furtado por ladrões. Sobre Grant: Na Pedra do Sal, o comissário se separou de Daniel e Samantha e foi para um dos acessos do Complexo do Alemão. Lá, Grant teria consumido drogas e mais bebidas a ponto de ficar desacordado, na Rua Itaoca, em Bonsucesso. Operários de uma obra o reanimaram e chamaram socorro. Enquanto aguardavam a ambulância, o estrangeiro teria mostrado um pino de pó branco — a polícia acredita que seja cocaína. Grant foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho. Na unidade de saúde, Grant contou que não conhecia o bairro e que passou a noite bebendo e consumindo drogas com 2 mulheres.