Exército cerca e invade o palácio presidencial em La Paz, na Bolívia

O presidente boliviano, Luis Arce, enfrenta o general que lidera o movimento golpista, Juan Zuniga. Arce substituiu todos os comandantes militares. OEA e União Europeia repudiam a tentativa de golpe. Uma das repúblicas mais instáveis da América Latina está, mais uma vez, com a democracia em risco, em uma nova tentativa de golpe de estado. De Nova York, o correspondente Felipe Santana traz as informações sobre o movimento militar para depor o presidente da Bolívia. Mais cedo, nesta quarta-feira (26), o presidente Luis Alberto Arce, denunciou nas redes sociais que havia uma movimentação irregular de algumas unidades do Exército boliviano e afirmou que a democracia deveria ser respeitada. Neste momento, a principal praça de La Paz estava sendo ocupada por soldados do Exército. O vice-presidente se manifestou logo depois e foi mais enfático: conclamou apoio da comunidade internacional contra uma tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente boliviano Evo Morales também publicou que era tentativa de golpe. Às 16h50, pelo horário de Brasília, um tanque do Exército tentou invadir o palácio do governo, conhecido como Palácio Quemado, que fica na Praça Murillo. Dentro do tanque estava o comandante do Exército boliviano, general Juan José Zuniga. Ele entrou no palácio e desafiou o presidente Luis Alberto Arce. O presidente ordenou que ele se retirasse e também as tropas das ruas, mas o general disse que não e que não responderia mais ao presidente. Zuniga alegou que não há democracia na Bolívia e criticou a influência de políticos como o ex-presidente Evo Morales. Exército cerca e invade o Palácio Presidencial em La Paz, na Bolívia Jornal Nacional/ Reprodução A população começou a sair às ruas, mas o Exército impediu que as pessoas entrassem na praça com gás lacrimogêneo. Alguns manifestantes carregavam placas dizendo: "A democracia deve ser respeitada". Logo depois, o presidente Luis Arce fez um pronunciamento ao vivo na internet. Ele pediu que a população fosse às ruas defender a democracia e, em seguida, às 18h30 pelo horário de Brasília, falou de novo e nomeou novos comandantes militares para todo o país - que mandaram todos os militares voltarem aos quartéis. Depois disso, os soldados golpistas começaram a se retirar do Palácio Presidencial e da praça. O presidente Luis Arce foi eleito democraticamente em 2020, com 55% dos votos, muito mais do que o segundo e terceiro colocados. Ele é do partido que o ex-presidente Evo Morales ajudou a fundar. Foi ministro da Economia do governo de Morales, mas depois os dois romperam. Mesmo assim, Evo Morales, nesta quarta-feira (26), defendeu Arce. O líder da oposição, Luis Fernando Camacho, inimigo declarado do presidente, que perdeu para ele nas últimas eleições, também defendeu Arce; assim como a ex-presidente de direita, Jeanine Áñez. A Suprema Corte da Bolívia também condenou a tentativa de golpe. Exército cerca e invade o Palácio Presidencial em La Paz, na Bolívia Jornal Nacional/ Reprodução Presidentes de toda a América Latina e da Europa também se posicionaram contra a tentativa de golpe. A presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von Der Leyen, condenou as tentativas de derrubar o governo democraticamente eleito da Bolívia. Luis almagro, chefe da OEA, a Organização dos Estados Americanos, disse que o Exército tem que se submeter ao poder legítimo de um governo civil. A democracia na Bolívia frequentemente vem sendo posta à prova. O ex-presidente Evo Morales renunciou em 2019, depois de 21 dias de protestos nas ruas. Novas eleições foram convocadas. Foram oito golpes bem-sucedidos em quase 80 anos na Bolívia, além de nove fracassados. Nesse período, o país trocou de presidente mais de 40 vezes. O atual presidente, Luis Alberto Arce, passa por uma crise de popularidade e o país enfrenta dificuldades econômicas. Na noite desta quarta-feira (26), ele pediu que os envolvidos no golpe sejam julgados.

Exército cerca e invade o palácio presidencial em La Paz, na Bolívia

O presidente boliviano, Luis Arce, enfrenta o general que lidera o movimento golpista, Juan Zuniga. Arce substituiu todos os comandantes militares. OEA e União Europeia repudiam a tentativa de golpe. Uma das repúblicas mais instáveis da América Latina está, mais uma vez, com a democracia em risco, em uma nova tentativa de golpe de estado. De Nova York, o correspondente Felipe Santana traz as informações sobre o movimento militar para depor o presidente da Bolívia. Mais cedo, nesta quarta-feira (26), o presidente Luis Alberto Arce, denunciou nas redes sociais que havia uma movimentação irregular de algumas unidades do Exército boliviano e afirmou que a democracia deveria ser respeitada. Neste momento, a principal praça de La Paz estava sendo ocupada por soldados do Exército. O vice-presidente se manifestou logo depois e foi mais enfático: conclamou apoio da comunidade internacional contra uma tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente boliviano Evo Morales também publicou que era tentativa de golpe. Às 16h50, pelo horário de Brasília, um tanque do Exército tentou invadir o palácio do governo, conhecido como Palácio Quemado, que fica na Praça Murillo. Dentro do tanque estava o comandante do Exército boliviano, general Juan José Zuniga. Ele entrou no palácio e desafiou o presidente Luis Alberto Arce. O presidente ordenou que ele se retirasse e também as tropas das ruas, mas o general disse que não e que não responderia mais ao presidente. Zuniga alegou que não há democracia na Bolívia e criticou a influência de políticos como o ex-presidente Evo Morales. Exército cerca e invade o Palácio Presidencial em La Paz, na Bolívia Jornal Nacional/ Reprodução A população começou a sair às ruas, mas o Exército impediu que as pessoas entrassem na praça com gás lacrimogêneo. Alguns manifestantes carregavam placas dizendo: "A democracia deve ser respeitada". Logo depois, o presidente Luis Arce fez um pronunciamento ao vivo na internet. Ele pediu que a população fosse às ruas defender a democracia e, em seguida, às 18h30 pelo horário de Brasília, falou de novo e nomeou novos comandantes militares para todo o país - que mandaram todos os militares voltarem aos quartéis. Depois disso, os soldados golpistas começaram a se retirar do Palácio Presidencial e da praça. O presidente Luis Arce foi eleito democraticamente em 2020, com 55% dos votos, muito mais do que o segundo e terceiro colocados. Ele é do partido que o ex-presidente Evo Morales ajudou a fundar. Foi ministro da Economia do governo de Morales, mas depois os dois romperam. Mesmo assim, Evo Morales, nesta quarta-feira (26), defendeu Arce. O líder da oposição, Luis Fernando Camacho, inimigo declarado do presidente, que perdeu para ele nas últimas eleições, também defendeu Arce; assim como a ex-presidente de direita, Jeanine Áñez. A Suprema Corte da Bolívia também condenou a tentativa de golpe. Exército cerca e invade o Palácio Presidencial em La Paz, na Bolívia Jornal Nacional/ Reprodução Presidentes de toda a América Latina e da Europa também se posicionaram contra a tentativa de golpe. A presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von Der Leyen, condenou as tentativas de derrubar o governo democraticamente eleito da Bolívia. Luis almagro, chefe da OEA, a Organização dos Estados Americanos, disse que o Exército tem que se submeter ao poder legítimo de um governo civil. A democracia na Bolívia frequentemente vem sendo posta à prova. O ex-presidente Evo Morales renunciou em 2019, depois de 21 dias de protestos nas ruas. Novas eleições foram convocadas. Foram oito golpes bem-sucedidos em quase 80 anos na Bolívia, além de nove fracassados. Nesse período, o país trocou de presidente mais de 40 vezes. O atual presidente, Luis Alberto Arce, passa por uma crise de popularidade e o país enfrenta dificuldades econômicas. Na noite desta quarta-feira (26), ele pediu que os envolvidos no golpe sejam julgados.