'Ele proibiu a minha mãe de me ver', diz filha de vítima de feminicídio em Bayeux, PB

Lidijane Maria da Conceição foi morta em Bayeux com um tiro na cabeça, e o suspeito é o companheiro da vítima, que é Guarda Municipal. Lidijane foi morta em Bayeux no último domingo (8), pelo companheiro TV Cabo Branco/Reprodução A filha de Lidijane Maria da Conceição - mulher de 41 anos que foi morta em Bayeux neste domingo (8), com um tiro na cabeça - contou que o relacionamento entre a mãe e o atual companheiro se estendia pelos últimos 7 meses e não era saudável. Marcos Antônio, que é guarda municipal, é apontado como o único suspeito do crime e foi preso. Em entrevista à TV Cabo Branco, Jéssica Maria dos Santos, filha da vítima, contou que Marcos Antônio impediu que a mãe tivesse contato próximo com ela e também com os netos, desde o início do relacionamento entre os dois. “Minha mãe conheceu o cara há 7 meses. Como é que um homem pede para a mulher se afastar da família? Ele proibiu minha mãe de me ver e ver os meus filhos”, contou. Além disso, Jéssica cobrou justiça pela morte da mãe e fez um alerta para outras mulheres que passam por agressões físicas e psicológicas, em relacionamentos. “Há 7 meses minha mãe só me via às escondidas. Isso é muito revoltante. Eu só peço justiça, que ele pague, porque isso não pode ficar assim não. Nós que somos mulheres temos que nos cuidar, se nos calarmos é pior. Feminicídio tem que acabar”, disse. LEIA TAMBÉM: Três mulheres são vítimas de feminicídio em três dias na Paraíba Cerca de 11 medidas protetivas foram solicitadas por dia em 2022 Jéssica é filha de vítima de feminicídio na Grande João Pessoa TV Cabo Branco Jéssica disse que acredita que a mãe vinha sofrendo violência doméstica. “Vizinhos me relataram que eles tinham muitas brigas constantemente. Ele estava agredindo ela. Eu não tenho como afirmar, porque eu não vivia com ela, mas vizinhos me disseram que a briga começou pela manhã”, disse. Sobre a briga que vitimou Lidijane, a filha contou que, após uma primeira confusão, a mãe saiu de casa. Ela retornou por volta das 17h, quando vizinhos ouviram pancadas e barulhos de móveis sendo quebrados. “Os vizinhos escutaram muita pancada, em parede, em móveis sendo quebrados, e só escutaram o disparo. Quando isso aconteceu, ele saiu de casa, chamando os vizinhos para confirmar se ela estaria morta”, relatou. Jéssica ainda contou para a reportagem que o homem chegou a colocar a arma do crime ao lado do corpo da mulher morta para tentar fingir um possível cenário de suicídio. “Ele ainda teve a coragem de botar a arma do lado da minha mãe e falar que minha mãe se matou. Ela não faria isso por homem nenhum, eu conheço a minha mãe perfeitamente”. Em 2022, 11 medidas protetivas foram solicitadas por dia na Paraíba O feminicídio A Polícia Militar, ao chegar no local em Bayeux, encontrou a mulher caída em uma das suítes da casa, e o companheiro dela foi preso. Em depoimento, o suspeito Marcos Antônio afirmou que eles tiveram uma discussão. Ele foi encaminhado para a carceragem da Central de Polícia de João Pessoa e deve passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (9). O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, e o delegado Paulo Josafá, que esteve no atendimento do caso no último domingo (8), disse que a arma utilizada pelo suspeito Marcos Antônio não era a de uso na Guarda Municipal, isso porque as armas da corporação são recolhidas após expediente. Ele tinha direito a posse de arma, ou seja, tinha permissão para adquirir uma arma de fogo. Como denunciar Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones: 197 (Disque Denúncia da Polícia Civil) 180 (Central de Atendimento à Mulher) 190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência) Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail. As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

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Lidijane Maria da Conceição foi morta em Bayeux com um tiro na cabeça, e o suspeito é o companheiro da vítima, que é Guarda Municipal. Lidijane foi morta em Bayeux no último domingo (8), pelo companheiro TV Cabo Branco/Reprodução A filha de Lidijane Maria da Conceição - mulher de 41 anos que foi morta em Bayeux neste domingo (8), com um tiro na cabeça - contou que o relacionamento entre a mãe e o atual companheiro se estendia pelos últimos 7 meses e não era saudável. Marcos Antônio, que é guarda municipal, é apontado como o único suspeito do crime e foi preso. Em entrevista à TV Cabo Branco, Jéssica Maria dos Santos, filha da vítima, contou que Marcos Antônio impediu que a mãe tivesse contato próximo com ela e também com os netos, desde o início do relacionamento entre os dois. “Minha mãe conheceu o cara há 7 meses. Como é que um homem pede para a mulher se afastar da família? Ele proibiu minha mãe de me ver e ver os meus filhos”, contou. Além disso, Jéssica cobrou justiça pela morte da mãe e fez um alerta para outras mulheres que passam por agressões físicas e psicológicas, em relacionamentos. “Há 7 meses minha mãe só me via às escondidas. Isso é muito revoltante. Eu só peço justiça, que ele pague, porque isso não pode ficar assim não. Nós que somos mulheres temos que nos cuidar, se nos calarmos é pior. Feminicídio tem que acabar”, disse. LEIA TAMBÉM: Três mulheres são vítimas de feminicídio em três dias na Paraíba Cerca de 11 medidas protetivas foram solicitadas por dia em 2022 Jéssica é filha de vítima de feminicídio na Grande João Pessoa TV Cabo Branco Jéssica disse que acredita que a mãe vinha sofrendo violência doméstica. “Vizinhos me relataram que eles tinham muitas brigas constantemente. Ele estava agredindo ela. Eu não tenho como afirmar, porque eu não vivia com ela, mas vizinhos me disseram que a briga começou pela manhã”, disse. Sobre a briga que vitimou Lidijane, a filha contou que, após uma primeira confusão, a mãe saiu de casa. Ela retornou por volta das 17h, quando vizinhos ouviram pancadas e barulhos de móveis sendo quebrados. “Os vizinhos escutaram muita pancada, em parede, em móveis sendo quebrados, e só escutaram o disparo. Quando isso aconteceu, ele saiu de casa, chamando os vizinhos para confirmar se ela estaria morta”, relatou. Jéssica ainda contou para a reportagem que o homem chegou a colocar a arma do crime ao lado do corpo da mulher morta para tentar fingir um possível cenário de suicídio. “Ele ainda teve a coragem de botar a arma do lado da minha mãe e falar que minha mãe se matou. Ela não faria isso por homem nenhum, eu conheço a minha mãe perfeitamente”. Em 2022, 11 medidas protetivas foram solicitadas por dia na Paraíba O feminicídio A Polícia Militar, ao chegar no local em Bayeux, encontrou a mulher caída em uma das suítes da casa, e o companheiro dela foi preso. Em depoimento, o suspeito Marcos Antônio afirmou que eles tiveram uma discussão. Ele foi encaminhado para a carceragem da Central de Polícia de João Pessoa e deve passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (9). O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, e o delegado Paulo Josafá, que esteve no atendimento do caso no último domingo (8), disse que a arma utilizada pelo suspeito Marcos Antônio não era a de uso na Guarda Municipal, isso porque as armas da corporação são recolhidas após expediente. Ele tinha direito a posse de arma, ou seja, tinha permissão para adquirir uma arma de fogo. Como denunciar Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones: 197 (Disque Denúncia da Polícia Civil) 180 (Central de Atendimento à Mulher) 190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência) Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail. As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba